Já começou a 5.ª edição do programa Cientista Regressa à Escola da Native Scientists

A Native Scientists lançou no passado dia 14 de novembro, a 5.ª edição do programa Cientista Regressa à Escola (CRE), uma iniciativa que leva cientistas de volta às escolas onde estudaram, aproximando a ciência das crianças e promovendo uma educação mais equitativa e inspiradora. 

O programa promove centenas de oficinas em Portugal e continua a ser fundamental para muitas crianças, que têm a oportunidade de conhecer uma pessoa cientista pela primeira vez. Ele cria encontros diretos entre crianças do 4º ano e cientistas, oferecendo momentos de aprendizagem práticos concebidos para despertar curiosidade, desconstruir estereótipos e mostrar que a ciência pode ser para todos. Só no ano letivo 2024/2025, o CRE atingiu quase 4000 crianças em 48 municípios, envolvendo 146 escolas e 100 cientistas. Para metade destas crianças, foi a primeira vez que conheceram pessoalmente uma pessoa cientista - um marco que reforça a importância da continuidade do programa.

“Queremos que as crianças encontrem exemplos na ciência com os quais se identifiquem e nos quais se possam inspirar. Quando um ou uma cientista volta à escola onde estudou, para além de partilhar  conhecimento e experiência, mostra que é possível seguir este caminho”, destaca Joana Bordalo, Vice-Diretora da Native Scientists e Cofundadora do programa CRE.

Oficinas arrancam em três regiões do país, inspirando futuras carreiras

No dia 14 de novembro, o programa deu início à 5ª edição, que irá abranger escolas de todas as ilhas dos Açores e da Madeira, assim como do território continental de Portugal.

As primeiras oficinas desta nova edição foram conduzidas pelos cientistas André Carreiro, Sara Cerqueira e Ricardo Miguel Godinho. As atividades decorreram em Vila do Porto (Açores), Machico (Madeira) e Lisboa (Portugal Continental), respetivamente, com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, do Prémio Caixa Social da Caixa Geral de Depósitos e do Programa Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária da Câmara Municipal de Lisboa.

Nos Açores, o André Carreiro conduziu uma oficina sobre Inteligência Artificial (IA). Ele trouxe vários componentes e as crianças aprenderam sobre diferentes tipos de aprendizagem de máquina - não supervisionada, supervisionada e por reforço. Também tiveram a oportunidade de explorar ferramentas como o ChatGPT e outras IAs para criar música, questionários e jogos para testar os seus próprios conhecimentos. Além disso, discutiram os riscos de ter fotografias online e como as imagens podem ser facilmente editadas ou retiradas do contexto.

Na oficina de Sara Cerqueira, em Machico, na Madeira, o foco foi a vida marinha através de três tópicos principais. Primeiro, as crianças aprenderam como as pessoas biólogas marinhas exploram o oceano através de uma atividade prática com uma bacia de água e máscaras de mergulho, complementada pela observação de equipamento SCUBA alugado. Também discutiram a importância dos tubarões no ecossistema marinho, utilizando um jogo de cartas sobre a cadeia alimentar para demonstrar o equilíbrio trófico. Por fim, realizaram uma experiência com água e óleo para explicar a flutuabilidade dos tubarões. O ponto alto da atividade foi, sem dúvida, o uso do equipamento de mergulho - as crianças adoraram.

Em Lisboa, a oficina focou-se na evolução humana. O cientista Ricardo Miguel Godinho trouxe um esqueleto e vários moldes de crânios, usando estes materiais para explicar e ilustrar como os seres humanos evoluíram.

Ciência como ferramenta de inclusão

O programa CRE é uma das iniciativas principais da Native Scientists e está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, contribuindo para uma educação de qualidade e para a redução das desigualdades.

Ao longo do ano letivo, prevê-se a realização de mais de 150 oficinas em todo o país. Se tiver interesse em participar, envie um e-mail para info [at] nativescientists.org ou candidate-se aqui.